1 – Trata-se de um romance regional, ambientado na região Sul, do Estado do Ceará (cidade e Município de Milagres), envolvendo mulher nordestina, mestiça, de nome Rosa Almeida dos Anjos – personagem verdadeira, bisavó do autor, pelo lado paterno – mais conhecida por ROSA DUZANJO.
2 – Filha de um fazendeiro branco, homem rico, com uma índia lcó, do Grupo Cariri(*), de há muito falecida, ao atingir a idade de 27 anos, portanto considerada “moça velha”, solteirona, pelos padrões locais, numa época em que as mocinhas casavam em tomo dos quinze para dezesseis anos de idade, Rosa encontrou, no decorrer dos festejos da Santa Padroeira local, se apaixonou e raptou, em menos de uma semana, um rapazola português, dez anos mais novo do que ela, para desse modo forçar um casamento.
3 – A história em pauta é verdadeira, e ocorreu por volta do ano de 1866/67, época em que o Brasil se encontrava empenhado na Guerra do Paraguay, que já durava mais de um ano.
4 – Ainda que fosse considerada mulher bonita, todavia, por ser mestiça, de pele escura e sobretudo por ser um tipo de mulher com temperamento independente e rebelde – ela usava culotes e montava escanchada, feito homem, numa região onde, ainda hoje, as mulheres são consideradas inferiores aos homens – Rosa não havia conseguido, até então, atrair um noivo de “boa família”, para com ela se casar, tendo refutado inúmeros aventureiros interessados no seu dote.
5 – Desde que ultrapassou a barreira dos vinte anos, passando a ser considerada “moça velha”, solteirona desenganada, muito embora fosse mulher instruída – Rosa tinha o curso primário, tal qual o usual para mocinhas de boa família, à espera de marido – sentindo-se frustrada quanto ao seu futuro, cansada de “ficar mofando” nos bailes da Prefeitura, sem ninguém para tirá-la para dançar, recolheu-se à fazenda do pai – um homem idoso – passando a dedicar seu tempo à administração daquela fazenda, visto que seu irmão e único filho homem, o Alferes Faustino, da Guarda Nacional, encontrava-se empenhado em organizar uma tropa de recrutas, para integrar o Segundo Corpo de Voluntários da Pátria que a Província do Ceará estava se preparando para enviar para lutar na Guerra do Paraguay.
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